sábado, 21 de abril de 2012

Réquiem para o Soldado Ribas

Mesmo estando em licença para tratamento da esposa, me fardei e fui ao enterro de um colega. E fiz questão de levá-la, mesmo precisando de cuidados, e ao meu filho. Não tinha tanta intimidade com o colega morto, mas isto é o que menos importa. Não poderia deixar de ir. Poderia ser qualquer um de nós naquela situação. Quando acontece alguma baixa em confronto, a maioria fica procurando um erro na ação do falecido, para tentar se convencer de que, se estivesse na mesma situação, não iria perecer. Mas a eterna luta entre os policiais e os criminosos é como qualquer batalha, qualquer guerra, e mesmo qualquer enredo de ficção, seja novela, filme ou conto de fadas: Um vence, outro perde, seja o herói ou o vilão. Entendo que ir ao enterro é uma forma de mostrar aos que ficam que vale a pena continuar lutando. Também foi uma oportunidade de mostrar ao meu filho, que tem apenas quatro anos, o quanto custa o sustento nesta profissão. Se ele não a seguir, que pelo menos tenha respeito. Muitos são os que, sendo filhos de colegas, usam isso apenas para tentar se beneficiar. Ao extinto soldado Paulo Roberto Gomes Ribas, natural de Pelotas e morto em confronto com uma quadrilha em Dom Feliciano, desejo que esteja reunido com o Altíssimo, e que saiba que continuaremos honrando sua memória. Aos demais colegas, que saibam estar do lado certo, e que vale a pena continuar. A todos, paz e bem! GIOVANI CASTRO 1º Tenente – Cmt do 2º Pelotão Publicado no Jornal Novo Tempo, Barra do Ribeiro, RS, Edição nº 986, do dia 20/04/12

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